Às
vezes é preciso recolher-se.
O coração não quer obedecer, mas
aquieta, a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira
dessas águas.
Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir, é um começo de sabedoria,
e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso
parece pobre, triste e sem sentido.
Amar era tão infinitamente melhor... curtir
quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico.
Não queremos escutar essa
lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às
vezes aquietar-se e esperar q o amor do outro nos descubra nesta praia isolada
é só o q nos resta.
Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e
ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alienados, quem já não nos escuta
pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de q
nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez
nos amar ainda há de saber q se nossa essência é ambigüidade e mutação, este
silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos... (L.L.)
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