segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Como diria Cecilia Meireles

A ARTE D ESER FELIZ;
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

U.U

"Quero crer no amanhã, quero crer num futuro melhor, quero crer que um dia vou encontrar meu canto e poderei parar, relaxar e finalmente descansar...Todos nós merecemos a felicidade... A deliciosa sensação de liberdade, àquela que chega de mansinho e nos invade... Aquele lance de "ser feliz de verdade"...
Não se contente com nada menos, nem com pouco, não hesite, dispense migalhas, não aceite restos... Você é filho do criador, foi feito para ser vencedor...Não abra mão disso por nada e nem ninguém... Se dê o devido valor."
(A. M.)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

AAH EU TBM PRECISO muuuuuuuuito CAIO

"Preciso muito que alguma coisa muito muito boa aconteça na minha vida...
Alguma coisa, alguma pessoa.
Acho que tenho medo de não conseguir deixar que o passado seja passado, de aceitar verdades pela metade, de viver de ilusão.
Eu preciso muito muito deixar acontecer o momento da renovação, trocar de pele, mudar de cor.
Tenho sentido necessidades do novo, não importa o quê, mais que seja novo, nem que sejam os problemas.
Preciso deixar a casa vazia para receber a nova mobília.
Fazer a faxina da mente, da alma, do corpo e do coração.
Demolir as ruínas e construir qualquer coisa nova, quem sabe um castelo."

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vivendo por viver...

Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto dos emails envelhecidos naquela pasta ESPECIAL. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto... Tomara que consiga. (C F A)